Alguém vai levar chamada ao vivo...
Grupo Arco-Íris contesta declarações de Dourado na casa
Dourado bateu pé com os brothers na manhã desta terça-feira. Jurou de pé junto que um homem que tem AIDS obrigatoriamente teve relações sexuais com outro homem. "Hetero não pega AIDS, isso eu digo porque eu conversei com médicos e eles me disseram isso. Um homem transmite para outro homem, mas uma mulher não passa para o homem", disse o lutador. Elenita ainda tentou argumentar, mas Dourado não se fez de rogado. "Se a mulher casada tem a doença é porque o marido dela foi errado e em algum momento foi bissexual", completou.
Francamente, Dourado. Que médico é esse com quem você andou conversando? O Grupo Arco-Íris acaba de enviar um comunicado contestando as declarações do brother, que pode até receber uma chamadinha ao vivo, não? No texto, o grupo diz que a postura de Dourado é "um retrocesso".
- O governo gasta milhões com campanhas de conscientização - tanto para heterossexuais quanto para LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) - para uma pessoa mal informada, em rede nacional, pôr em xeque todo o esforço de anos dos movimentos sociais. É por este motivo que nosso grupo continua organizando oficinas de esclarecimento à população - disse Gilza Rodrigues, presidente do Arco-Íris.
Mandou mal, Dourado.
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O secretário estadual de Saúde do Rio de Janeiro, Sérgio Côrtes, divulgou uma nota rebatendo os comentários de Dourado no "BBB". Segue a nota na íntegra:
Com relação ao que disse, hoje, o lutador Marcelo Dourado, em bate papo com demais colegas do BBB10, da TV Globo, acredito que é preciso lembrar que a epidemia de AIDS é um grande problema de saúde pública em todo o mundo. Apesar dos esforços empreendidos nos últimos anos e os reconhecidos avanços obtidos, são inúmeros os desafios que ainda temos pela frente. Diminuir a cada ano o número de novos casos de AIDS, enfrentar o estigma e o preconceito que ainda cercam a doença e melhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem com HIV/AIDS são alguns destes desafios.
As informações disponíveis, amplamente divulgadas em todas as campanhas de prevenção das DST/AIDS, deixam claro quais são os meios de transmissão da AIDS. Qualquer relação sexual, homossexual ou heterossexual, sem o uso correto do preservativo, acarreta risco de transmissão do vírus da AIDS. Qualquer informação diferente, além de contrariar todas as evidências em que se baseia a política de prevenção em nosso País, é um desserviço à nossa população. Traz desinformação, reforça preconceitos de gênero e orientação sexual e acentua o estigma às pessoas que vivem com HIV/AIDS.
Não trabalhamos mais com a noção de grupo de risco. Acredito que informações equivocadas, sem embasamento científico, mais o preconceito e a desigualdade de gênero são, infelizmente, os principais fatores de risco para a infecção pelo HIV/AIDS em nossa sociedade. Enquanto a ciência não descobre a cura para o vírus, vamos continuar levando à população as informações sobre os meios de transmissão, sobre o respeito aos direitos humanos e sobre o direito ao pleno exercício da sexualidade com responsabilidade.
Sérgio Côrtes
Secretário de Estado de Saúde e Defesa Civil do Rio de Janeiro
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