A bem da verdade, ele mais parece uma ratazana sentada: ombros caídos, barriga grande, corpo em forma de pera, focinho mais comprido do que devia ser, patinhas dianteiras pendendo desleixadas, uma orelha caída. Acima de tudo, a estátua do Teddy Award, criação do cartunista alemão Ralf König, lembra que aqui nada vale ser levado cem por cento a sério, e que a irreverência está sempre na ordem do dia.
Mas, peculiaridades anatômicas à parte, o irresistivelmente simpático símbolo de um dos maiores festivais de cinema queer do mundo tem todo o direito de ser um urso. Nem ameaçador como seu modelo na natureza, nem engraçadinho como um teddy bear de pelúcia, ele descende diretamente do Urso de Ouro do Festival Internacional de Cinema de Berlim. Além de evocar um ícone gay corrente, e de ser uma leve piscada de olho para um determinado segmento da cena – a dos homens parrudos, barbados e peludos.
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