Em 1980, Manfred Salzgeber assumiu a frente da seção da Berlinale Info-Schau, mais tarde denominada Panorama. Ativista do movimento gay, ele passou a dar maior espaço para os filmes de temática homossexual em sua programação.
Movido pelo desejo de que os filmes pudessem ser discutidos após as apresentações, instituiu cinco anos mais tarde os Nachtcafés, rodadas de debates de que participaram cineastas como Derek Jarman e Gus van Sant. Para tal, Salzgeber contava com o apoio de Wieland Speck, que o sucederia em 1992, mantendo-se na direção no Panorama até hoje e detendo o título “Daddy of the Teddies”.
Em 1987, tornou-se realidade a ideia de um prêmio para filmes de e sobre gays e lésbicas, o Teddy Award. O primeiro laureado foi ninguém menos do que Pedro Almodóvar por A lei do desejo, estrelado por um praticamente desconhecido Antonio Banderas.
O júri era formado por participantes dos Nachtcafés “que viram todos os filmes”, um grupo aberto, intitulado International Gay & Lesbian Film Festival Association (IGLFFA). Sua fundação foi inspirada pela ideia de que o Teddy se projetasse para além da cena gay, proporcionando aos filmes do gênero a presença generalizada, na mídia e no meio profissional, que lhes fora negada até então.
Cinco anos mais tarde, a Berlinale reconhecia oficialmente o Teddy Award, incluindo-o pela primeira vez em sua lista de prêmios. Os concorrentes ao prêmio queer são selecionados a partir do programa do festival internacional, em qualquer uma das seções, desde a Mostra Competitiva ao Berlinale Shorts ou Forum. Duas produções brasileiras fizeram parte da programação em 2010: Os famosos e os duendes da morte e Fucking different São Paulo.
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