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Bom dia a todos os militantes pelos direitos humanos e principalmente militantes contra a "Homolesbotransfobia", os que militam no mundo real e os que militam no mundo virtual já que os dois mundos se complementam.
Já acordei e Super disposto pra luta então quem estava de plantão pode ir dormir que eu já estou BEM ACORDADO por nós todos.
Que a força na qual vocês acreditam lhes ilumine e proteja no sono sagrado dos guerreiros e guerreiras da justiça, amor, paz e igualdade e esteja convosco no despertar.
Com vocês sou forte para mudar o mundo, sem vocês sou apenas um eco no vazio batendo na montanha e voltando.

Luta pela igualdade social... Direito de todos.
Lute duramente pelos seus direitos
apenas não se entregue!
Lute duramente pela sua vida
vá! Você deve chegar lá...

luta, luta, então mais luta
apenas, apenas nunca, nunca desista!
Através da mente...
voando...
cultivando sabedoria e serenidade
para perceber o quão pequeno nós somos
na frente desse grande poder
nem orgulho, nem ego pode prevalecer
Agora...
ninguém pode viver a minha vida
o que importa é o que eu faço
define quem eu sou!
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domingo, 21 de março de 2010

Educação Contemporânea E Sexualidade:a Diversidade Sexual E O Discurso Religioso Parte 2

Educação Contemporânea E Sexualidade:a Diversidade Sexual E O Discurso Religioso Parte 2
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Publicado em: 21/05/2009
Educação Contemporânea E Sexualidade:a Diversidade Sexual E O Discurso Religioso Parte 2

Infelizmente a mídia, que está presente em nossas vidas todos os dias de forma decisiva muitas vezes guiando nossas condutas, faz uma imagem do homossexual caricaturizada nas telenovelas, criando estereótipos com trejeitos femininos. Sem perceber, nos vemos rindo, fazendo chacotas, imitando com o objetivo do sarcasmo e da disseminação do preconceito, porque por detrás do nosso riso complacente está a sedimentação dele de maneira sutil. Essa é “grande” contribuição que alguns programas de humor estão dando à causa da diversidade: o diferente é visto como motivo de riso, como se todos os homossexuais se comportassem da mesma maneira como eles veiculam. E mais: as personagens criadas por eles são indivíduos que não tem vida ativa nem sentimento, são mostrados como se fossem “bonecas de enfeite”, que não falam, não trabalham, não lutam, não amam.

Felizmente, em julho de 2002 foi lançado o livro “Uma brecha no armário”, de André Musskopf. Livro este que nos faz pensar e refletir sobre uma dimensão da existência – a sexual – e propõe uma teologia dos gays – é isso mesmo, pasmem, se quiserem!!!. Sabemos que teo é Deus e logos é ciência, ou seja, teologia é o estudo das questões referentes ao conhecimento da divindade, dos seus atributos e das suas relações com o mundo e com os homens, é o que afirma o seu autor. Gays? Todos nós sabemos que é. E qual a relação entre Deus e os gays? Devem estar se perguntando os leitores. O caminho que o autor traça para relacionar as duas coisas é tão lógico que chega a surpreender. A partir do relato de gays, o autor vai chegando a conclusões como: “...o primeiro grande conflito com o qual homens gays se deparam, ao se defrontar com uma possível orientação homossexual, é a ausência de modelos”. (MUSSKOPF: 2002 p 42). Enquanto para os garotos heteros a sexualidade tem um caminho natural para se desenvolver, os meninos homo vão escutar sempre um “bicha” ou “viado” ofensivos, se quiserem fazer alguma pergunta a respeito “daquele” assunto “sujo” e “abominável”. Na verdade, são conclusões lógicas já pensadas pela comunidade gay.

Ainda com base em Musskopf, uma surpresa surge quando o autor assinala no livro que “a intimidade subversiva entre dois homens, existente nos relacionamentos gays, desperta um sentimento de medo e de inveja nos homens heterossexuais, que foram ensinados a dissociar-se de sua corporeidade”. (Idem, p 55). Mas a coisa não pára por aí. O autor faz uma afirmação bastante interessante no livro que vale a pena transcrever: “os heteros usam as mulheres, ou mesmo outros homens, como objetos ‘passivos’ para sua satisfação sexual, desprendida de intimidade e entrega, coisas que são perigosas demais para quem precisa provar sucesso e poder o tempo todo!” (Ibidem, p 61).

A leitura da existência gay traz ainda outras conseqüências: a consciência da corporeidade de homens gays revela o pecado presente na ideologia patriarcal, heterossexista, judaico-cristão e excludente, pois questiona modelos e propõe novas formas de relacionamento, baseadas na auto-entrega, na mutualidade e no cuidado com o (a) outro (a), visando a uma vivência corporal saudável, fundada na liberdade, na inclusão e na justiça, pretendidas por Jesus para todas as pessoas.

Recentemente foi criada em São Paulo uma Comunidade Cristã Gay, baseada numa teologia a partir do homossexual. Ela é filiada ao CAEHUSP (Centro Acadêmico de Estudos Homossexuais da USP), que dá respaldo jurídico para sua existência e que, por sua vez, faz “ponte” com a ABGLT. E, embora muitos critiquem a Comunidade, sob a alegação de que a Igreja sempre oprimiu os gays, seus membros dão a resposta lacônica afirmando que a igreja conservadora e alguns segmentos religiosos oprimiram, mas a Igreja de Cristo não condena.

Com relação à educação nas escolas brasileiras, tem-se percebido um avanço, tímido, mas já é um começo. Sabe-se que há uma população de crianças e adolescentes homossexuais nas escolas que são praticamente invisíveis aos olhos dos professores heteros. Ou seja, a escola age como se todos os alunos fossem heterossexuais, como se não existissem diferenças sociais, culturais, econômicas, étnicas e, principalmente, de conduta (prefere-se este termo na atualidade ao invés de opção, já que ninguém escolhe ser homossexual) sexual. O que acontece é que sem respeito e sem auto-estima, o estudante homossexual pode acabar deixando a escola, engrossando as estatísticas de evasão escolar. Porém, Lula Ramires, presidente do Grupo Corsa, teve uma idéia tão simples quanto brilhante: ensinar os professores a lidar com as diferenças dentro da sala de aula. Surgiu assim o Projeto “Educando para a diversidade: os GLBTs na escola”, financiado pelo Ministério da Saúde e aplicado na cidade de São Paulo no ano 2002, dos 20 mil professores da rede municipal, foram 3 mil profissionais treinados para não reforçarem idéias que levem à disseminação e sedimentação do preconceito e até interferir quando observarem estudantes tratando a questão da sexualidade com preconceito.

Os professores receberam bem o debate, cientes de que quando deixam de agir, estão permitindo acontecer uma discriminação que o estudante levará para a rua, para casa e para a vida afora, provavelmente abandonando a escola. Ficou faltando treinar os 17 mil professores da rede municipal e, quem sabe, os 150 mil da rede estadual. E até professores do resto do Brasil. Dessa forma, a educação começa a dar sinais de avanço. Sabemos que só através dela essa situação de exclusão e preconceito pode acabar. É preciso que a escola forme um indivíduo que esteja aberto à convivência com pessoas diferentes, um indivíduo mais sensível e tolerante a que todos assumam direito de cidadania.

O conhecimento é a melhor arma contra o preconceito, pois este é filho da ignorância. Só com o conhecimento se é forte o suficiente para lutar contra os mitos, tabus e preconceitos instituídos pela sociedade homofóbica. A informação é a melhor aliada, juntamente com estudo e a pesquisa. Só assim os excluídos não serão subjugados.

Justamente por isso – pelo nível de conhecimento, esclarecimento e cultura de um povo – temos os países de primeiro mundo, como a França – apesar de conservadora – que teve dois ministros homossexuais nomeados pelo Presidente reeleito na época (em 2002), Jacques Chirac: Jean-Jacques Aillagon, gay, e Roselyne Bachelot, lésbica, nomeada Ministra da Ecologia, primeira deputada conservadora a apoiar o PACS (Pacto de União Civil) que também foi favorável à adoção por casais GLS (que passou a GLBT e hoje LGBT). Aillagon, que era Ministro da Cultura, anunciou que era gay por uma questão de coerência e honestidade, segundo suas próprias palavras. Vale lembra que é pela forma como cada país trata suas minorias que a ele é conferido o status de país democrático e de 1º. Mundo, já que a regra nos Estados Modernos é aceitar o direito individual de seguir uma “orientação” sexual que não é a da maioria. Assim sendo, o Egito é considerado um dos países mais primitivos e, portanto, atrasados do planeta, visto que recentemente ocorreu um caso curioso que merece nota. Em 2000, ocorreu no Cairo o julgamento de 52 homens acusados de homossexualidade. A maioria foi presa numa boate gay no Rio Nilo. Eles foram torturados pela polícia, mas como homossexualidade não é crime pelas leis egípcias, eles foram processados por “ofensa à moral pública”, o que pode render até cinco anos de prisão. A polícia egípcia entrou em campanha contra os homossexuais, sobretudo na Internet. Alguns gays foram presos ao responder anúncios sexuais publicados pela própria polícia. Mesmo os militantes dos direitos humanos evitaram manifestar apoio aos gays, porque o islamismo pune homossexuais com a morte, e a opinião pública acha isso justo.

Contudo, aqui no Brasil, o nível de conhecimento da população em geral é tão baixo que a discriminação é maior. Antony Garotinho, candidato à Presidência da República nas eleições de 2000 é um homofóbico declarado que afirma repetidamente que não apóia a prática homossexual e, para não ter dúvida, garantiu não ser “frango” – disse isso no Recife, onde esta palavra é sinônimo de gay –. Há quatro eleições o movimento homossexual baiano tenta, sem êxito, eleger um representante do gênero Apesar disso, temos casos, que não são mais isolados, de gays que entraram na política com êxito. O ex prefeito de Paraty, José Cláudio de Araújo, ficou conhecido por ser o primeiro prefeito gay assumido do país, eleito no ano de 2000. O mesmo já acontece na Europa com mais freqüência: o prefeito de Paris, Bertrand Detonoë, eleito em 2001 e reconduzido ao cargo em 2008. O prefeito de Berlim, Klaus Wowereit, foi eleito em 2001 e reeleito em 2006. Hoje, na Alemanha, ninguém mais se elege apelando para a homofobia, o máximo que se consegue com isso são votos de uma minoria de radicais de direita. Para compreender a profundidade desse dado, é bom relembrar e ressaltar que lá o “homossexualismo” não era apenas tabu, mas um crime. O regime de Hitler perseguiu 50 mil homossexuais e matou 15 mil nos campos de concentração. Por incrível que pareça, ultimamente os homossexuais estão ocupando cargos do alto escalão, inclusive como ocorreu no governo do homofóbico e refinado ex-presidente George Bush. Isso é um bom sinal. A sociedade quanto mais evoluída, mais tem capacidade de votar na pessoa pelo que ela é e pode fazer, e não pela sua condição sexual.

A vida privada dos homo têm que ser tão respeitada quanto a dos heterossexuais. Cabe aqui citar o líder holandês Pim Fortuyn, homossexual declarado e tão popular a ponto de ser assassinado por sua importância na vida política do país. A propósito, Marta Suplicy, “a defensora dos homossexuais” – será? – e da união civil entre pessoas do mesmo sexo, escolheu para seu vice nas eleições de 2004 nada mais, nada menos do que o homofóbico Hélio Bicudo e o colocou como Presidente da Comissão de Direitos Humanos, justamente ele para quem homossexuais não têm direitos. Recentemente, Marta esteve envolvida numa outra polêmica com relação à questão da sexualidade: questionou a vida pessoal do prefeito de São Paulo reeleito, Gilberto Kassab, em propaganda política veiculada pela televisão, o que trouxe repercussões negativas para a candidatura dela.

Em 2000 só deu travesti na política. Entre os mais de 30 candidatos assumidamente gays, e que fizeram campanha junto a esse público, apenas três deles, e todos travestis, foram eleitos. Kátia Tapety, a primeira transexual a se eleger para um cargo público no Brasil (primeiro vereador e primeiro vice-prefeito) – foi para o seu terceiro mandato como vereadora da pequena cidade de Colônia, no Piauí – sendo a mais votada nas três eleições, contudo na segunda ela foi vide-prefeita – seguida de Galo Véio, travesti de Formiga, Minas Gerais, e por Mary, da cidade de Tanguá, no Rio de Janeiro. Os demais tiveram votações pequenas, mas, apesar disso relevantes, numa sociedade ainda conservadora como a nossa. Desses, 26 foram derrotados. Dos 04 eleitos nenhum era ligado ao movimento dos direitos humanos. E desses 04, três eram travestis com mais de 40 anos e em estados que têm o conservadorismo e o machismo como os seus principais laços. Kátia Tapety, a vereadora de Colônia do Piauí, em 12 anos como vereadora nunca apresentou um projeto ligado aos direitos humanos, restringindo-se a uma prática assistencialista, porque como consta ela lá não era só vereadora, mas também líder comunitária, agente de saúde e parteira. Quando interrogada sobre projetos para homossexuais, ela dá uma resposta lacônica: “Nunca mexi com isso, aqui é uma cidade do interior com outros problemas, ninguém se interessa por isso aqui. Se eu não fizer tudo isso, ninguém mais faz!”Presume-se daí que o futuro está sorrindo para as travestis quarentonas e assistencialistas. Em 2008 ficou como primeiro suplente.

Em 2004, o número saltou para 34. E, pela primeira vez, numa eleição municipal, o país teve candidatos assumidamente homossexuais nos três cargos em disputa: prefeito, vice-prefeito e vereador. A ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros) e o GGB (Grupo Gay da Bahia) identificaram 34 candidatos assumidamente gays em 26 municípios – sendo oito capitais – de 12 estados do Brasil. Foram 21 gays, 05 lésbicas e 08 transexuais em campanha eleitoral, distribuídos em 12 partidos diferentes. Em 2008, foi eleito o primeiro deputado federal assumidamente gay: Clodovil Hernandes.

Em 2008, aumentou mais ainda o número de candidatos gays a uma vaga no Executivo ou Legislativo, ao todo foram 88 entre gays, lésbicas e transexuais. Contudo, caiu o número de eleitos. Foram apenas quatro candidatos LGBT. São eles: Léo Kret em Salvador, foi eleita pelo PR com 12.861 votos; José Itaparandi,  da cidade de Paço do Lumiar, do Maranhão, foi eleito vereador pelo PTB com 855 votos; Sander Simaglio em Alfenas (MG), foi eleito pelo PV com 629 votos e, Anselmo Fabiano Santos, também do estado de Minas Gerais, foi eleito pelo PR na cidade de Itaúna com 1.168 votos. Por outro lado, cresce a bancada evangélica, para quem homossexuais não possuem direitos.

Atualmente temos um caso homossexual inusitado na política brasileira. Em Nova Venécia, cidade do estado do Espírito Santo, temos o primeiro caso de um transexual que chegou não só a vereador do estado do Espírito Santo, como também à presidência da Câmara, sendo o primeiro do estado a chegar a ocupar este cargo e o segundo do Brasil – o primeiro foi o de Kátia Tapety –  Moacir Filho chegou à reeleição em 2008 pregando a transparência e a moralização. Ele é conhecido por “pegar no pé” dos políticos e servidores que dão uma de espertinhos com o dinheiro público. Um exemplo claro de que sexualidade não define caráter, pois como ele existem tantos outros homossexuais que são honestos e têm uma vida transparente e, por outro lado, há vários heteros que mancham a política com seus maus exemplos de corrupção e desrespeito à população.

Temos ainda Leo Kret (Alecsandro de Souza Santos) a primeira travesti eleita vereadora na história da Câmara Municipal de Salvador, mas que segundo alguns não recebeu votos de eleitores homossexuais da cidade. Esse caso, porém, merece outro tipo de tratamento diferente dos demais, porque ao que se sabe a figura em questão não tem militância política tampouco investiu em uma campanha séria com discurso fundamentado em propostas sérias e sólidas. Parece que se candidatou apenas por se candidatar, sem levar muito a sério a política, tanto é que as organizações do movimento homossexual fizeram campanha não para Leo Kret, mas para outros dois candidatos homossexuais, contudo, diferentemente do travesti, “engajados”, entretanto não foram eleitos. Os 12.861 sufrágios obtidos pela “dançarina” seriam “votos de escracho, pessoas que gostam de gays afetados” e oriundos também de “pagodeiros”, mesmo porque a imagem dela está associada à brincadeira, ao escracho, ao riso de gozação e não a algo sério, como a algum projeto social ou movimento político ou trabalho voluntário ou causa coletiva. Leo Kret ficou conhecida na Bahia por integrar o grupo de pagode Saiddy Bamba. Esses votos apenas demonstram como a política está desacreditada, pois o voto não é dado mais por uma questão ideológica e sim por uma questão de brincadeira. O travesti em questão, inclusive, se candidatou por um partido que é flagrantemente homofóbico, o PR, o que revela uma contradição.

É importante salientar aqui também os dados dos assassinatos de homossexuais na Bahia e no Brasil apresentados pelo antropólogo paulista Luís Mott (2008):

“190 homossexuais assassinados no Brasil em 2008, um a cada dois dias. Aumento de 55% em relação ao ano anterior. 64% gays, 32% travestis, 4% lésbicas (...)  o Nordeste a região mais perigosa: um gay nordestino corre 84% mais risco de ser assassinado do que no Sudeste/Sul (...).. Quanto aos assassinos, 80% são desconhecidos, predominando garotos de programa, vigilantes noturnos (...). O Brasil é o campeão mundial de crimes homofóbicos, 190 homicídios em 2008, seguido do México com 35 e Estados Unidos com 25”. (MOTT:2008)

Entre várias medidas necessárias, no campo das políticas públicas, para o enfrentamento da homofobia no Brasil, uma delas é a urgente votação e aprovação pelo Senado Federal do Projeto de Lei da Câmara Nº 122/06 que tornará crime a prática de discriminação por orientação sexual e identidade de gênero, equiparando a homofobia à prática de racismo no Brasil, afirma Mott. Este Relatório de Assassinatos de Homossexuais no Brasil – 2008, embora certamente incompleto e lacunoso, é o principal documento mundial sobre crimes homofóbicos, seus dados são creditados e citados pela Secretaria Nacional de Direitos Humanos e pelo Departamento de Estado dos EUA. O GGB (Grupo Gay da Bahia), além de disponibilizar o manual ‘Gay vivo não dorme com o inimigo’ como estratégia para erradicar os crimes homofóbicos e ameaça: se a Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República não implementar as deliberações do Programa Brasil Sem Homofobia e da 1ª Conferencia Nacional GLBT, será enviado denúncia contra o Governo Brasileiro junto à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos Estados Americanos (OEA) e à Organização das Nações Unidas (ONU), pelo crime de prevaricação e lesa humanidade contra os homossexuais. O GGB reivindica a divulgação de outdoors em todos os Estados com mensagem contra assassinato de homossexuais. Em 2009, já foram documentados 48  homossexuais assassinados.

Mott ressalta que, infelizmente, gay não vota em gay, contudo faz uma ressalva, afirmando que isso não se deve à falta de organização, haja vista o trabalho de militância que o GGB vem fazendo há anos. Além de lamentar, ele fica até surpreso e preocupado pelo fato de o Brasil ser o campeão mundial em assassinatos a homossexuais já que possui a maior parada gay do mundo e ainda não conseguiu mobilizar e motivar o eleitorado, principalmente gay, a perceber o quanto é importante ter representantes em todas as esferas políticas. Conforme o antropólogo, a falta de representantes políticos assumidamente homossexuais não é por falta de organização civil porque o Brasil possui a maior organização GLBT da América Latina, mas que infelizmente não conseguiu ainda convencer a massa homossexual da importância e necessidade de se ter representantes próprios.

Existem muitos mitos que giram em torno do homossexual e da homossexualidade. O que precisa ficar claro disso tudo é que existem três grandes equívocos relacionados ao tema. Primeiramente, há uma confusão generalizada, talvez por ignorância talvez por maldade, entre pederastia e pedofilia, pois adolescentes, embora ainda sejam imaturos para muita coisa na vida, já tem o seu desejo sexual bem claro. Ainda mais hoje com tanta informação, tecnologia e desenvolvimento precoce dos indivíduos no âmbito da cognição e da sexualidade, basta ver o número absurdo de meninas grávidas. Não estou dizendo que todos devem sair pela rua “azarando” qualquer garoto que passar, mas também não dá para condenar todo mundo sem uma visão ampla do problema. Claro que é justa a luta contra a pedofilia, afinal há muitos tarados e malucos assassinando meninos e meninas de quatro anos ou menos. Algo inaceitável, já que crianças por mais lindas que sejam não possuem qualquer atrativo sexual tampouco tem consciência da corporeidade e sexualidade. Contudo, devemos evitar a histeria.

Em segundo lugar, decorre daí outro problema: o fato de achar que todo homossexual é pedófilo e vá sair por aí a atacar crianças e adolescentes. Pedofilia independe de se ser homossexual. Porém a falta de informação e até a maneira como a mídia divulga esses fatos sempre está associado à homossexualidade, prejudicando assim cada vez mais a luta a favor da diversidade. Lógico que existem adolescentes inocentes e adultos corruptos, entretanto não se pode generalizar.

E, por fim, o interminável debate que se trava em torno da homossexualidade, querendo evidenciar as razões que orientam a condição/tendência sexual das pessoas: é genético? É psicológico? É da educação? Antes de mais nada, o que se sabe de fato é que é uma prática tão antiga quanto biscoito de polvilho. Mas vamos às pesquisa e aos estudos nessa área. Segundo pesquisa realizada pelo IBOPE, em 2002, 41% da população brasileira acredita que o homossexual “já nasce assim”, ou seja, o comportamento estaria definido no código genético. Entretanto, todos os estudos sérios sobre o assunto desautorizam as informações nesse sentido. O mais importante trabalho que defendia a tese da origem genética revelou-se sem consistência científica, o que foi admitido pelo próprio autor, o pesquisador Michael Bailey, da Universidade de Northwestern, em Chicago.

A tese mais aceita atualmente é de que a condição sexual é resultado de influências biológicas, psicológicas e sócio-culturais, sem um peso maior de uma ou outra, diz a psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do projeto de sexualidade da Faculdade de Medicina da USP. Ou seja, são as mesmas razões que levam uma pessoa a ser heterossexual.

Com relação a padres pedófilos e/ou homossexuais o qeu pode haver é um medo de assumirem a sua sexualidade perante a sociedade, por isso partem para a batina, como forma de proteção, pois a igreja coloca-os na “clausura”, longe dos preconceitos da sociedade que a própria Igreja Católica ajudou a construir e protegido de tudo e de todos. Dessa forma, não há necessidade de lutar contra a discriminação e contra o seu desejo latente. Uma postura cômoda e passiva daqueles que deixaram a sociedade homofóbica dominar sua conduta. Entretanto, lá mesmo, dentro da igreja, o ambiente de sigilo, mistério, silêncio e ociosidade é o terreno propício para deixar desabrochar tendências que outrora foram reprimidas, mas que o inconsciente sempre faz escapar por uma brecha. São impulsos, desejos sexuais rejeitados por eles próprios e varridos para “debaixo de sete capas” e “sete chaves”, para o inconsciente.

Outros, porém, têm consciência de sua sexualidade e para lá vão, talvez, por ver na Igreja a sua chance de ascensão sócio-cultural e econômica, uma vez que não precisam lutar tanto para ingressar numa faculdade ou trabalhar, porém, depois, desvinculam-se da vida clerical devido ao conflito existente entre a consciência do que são e o mundo de certa forma cheio de privação e renúncia do sacerdócio em detrimento do mundo turbulento e cheio de convites que propiciam o prazer que já conhecem.

Para eles fica uma mensagem de Mott (2006) que é bem propícia e cabe bem aqui: “A crescente legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e a globalização das paradas gays nos países mais civilizados comprova que para atingir o arco-íris, temos de detonar a gaveta e arrombar o armário!”.

Alguns mitos precisam ser desfeitos da mente dos indivíduos urgentemente, como a idéia errônea de que todo homossexual deve obrigatoriamente “desmunhecar”, ser efeminado, vestir-se de mulher e falar fino. São conceitos estereotipados que a mídia ajuda a construir, através das novelas, principalmente. Mas não pára por aí a lista de mitos que envolvem a temática. Outro muito comum é que muitas pessoas acham que só por ser gay o indivíduo tem que ser promíscuo e morrer de AIDS, mas todos nós sabemos que não é bem assim, pois no Brasil já algum tempo o número de heterossexuais contaminados já superou o de homossexuais, o que mostra a consciência do seu papel na sociedade. Sabemos também que há gays que levam uma vida absolutamente distinta, e heterossexuais que trocam de parceiros como quem troca de roupa, ou seja, promíscuos.

Alguns pais, diante da descoberta da sexualidade dos filhos, perguntam-se; “onde foi que eu errei?”, ou então: “como poderemos reverter isso?” – como se fosse doença. Mas sabemos também que a Organização Mundial de Saúde há muito não considera mais a homossexualidade como doença, portanto não é perversão também. Voltando às perguntas dos pais desesperados, ninguém errou, porque nem mesmo os pais têm influência para direcionar a sexualidade para direcionar a sexualidade de outra pessoa, segundo estudos recentes da Psicologia. E com relação à outra pergunta, não se pode reverter nada, porque é uma questão pessoal. As tentativas de mudar o comportamento sexual dos gays foram sempre mal-sucedidas. É a mesma coisa de querer que heterossexuais “virem” de uma hora para outra homossexuais contra a sua vontade. Seria muito mais fácil tentar conviver com as diferenças, refletir sobre a aceitação a perder tempo tentando converter o que não se pode converter. Afinal não existe “ex-gay”. O que existe são pessoas que por um motivo ou outro acabam reprimindo seus desejos inatos e vivendo uma vida frustrada e angustiada em nome de interesses ocultos que estão a fim de disseminar a idéia de que essa prática é uma perversão e, como toda perversão, tem tratamento e pode ser revertida.

Com relação aos “papais”, que choram porque seus filhos homossexuais não poderão lhes dar filhos, basta lembrar que há muitos casais que optam por não ter filhos. Portanto, ser hétero não é condição preliminar para ter filhos, mesmo porque, atualmente, casais gays também adotam crianças ou fazem inseminação artificial.

Portanto, seja hétero, homo, bi, trans, negro, índio, branco, cristão, judeu, muçulmano, árabe o mundo é grande o suficiente para caber todos. Afinal, todos têm direitos a um lugar ao sol. Juridicamente, a Constituição Federal assegura o princípio da isonomia, pois todos são iguais perante a lei. O artigo 5º. da nossa lei maior, de 1988, não dá margens a dúvidas: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”, ou seja, ninguém pode, inclusive, ser demitido por conduta ou orientação sexual, que se caracteriza como distinção. Para quem prefere seguir o discurso religioso, é comum ouvir que também todos são iguais perante os olhos de Deus.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:


DIAS, Maria Berenice. União Homossexual, O Preconceito e A Justiça. 2ª. Edição. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001.


FREUD, Sigmund.(1924) A dissolução do Complexo de Édipo. In: Edição Standard Brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud. Trad.:J. Salomão, Vol. 19, pp. 189-199. Rio de Janeiro: Imago, 1996.


_______________(1905). Três ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. In: Obras psicológicas completas. Edição Standard Brasileira. Vol VII. Rio de Janeiro: Imago, 1996.


MUSSKOPF, André. Uma brecha no armário: Propostas para uma teologia Gay. São Leopoldo: CEBI, 2005.


MOSER, Antônio. O Enigma da Esfinge: A sexualidade. Petrópolis: Vozes, 2004.


MOTT, Luís. Assassinatos Homossexuais no Brasil: Relatório Anual do Grupo Gay da Bahia.2008.<http://www.ggb.org.br/assassinatosHomossexuaisBrasil_2008_pressRelease.html) > Acessado em 14/05/09.


MOTT, Luís. Cowboys gays: um filme sobre homofobia cultural. 2006.http://www.ggb.org.br/artigo_mott_brokebec.html> Acessado em 15/05/09.


RIOS, Roger Raupp. A Homossexualidade no Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado/Escola Superior da Magistratura Federal, 2001.


_________________. A Homossexualidade e A Discriminação por Orientação Sexual no Direito Brasileiro. Brasília: Secretaria Especial de Editoração e Publicações, Jan/março 2001.


FABRÍCIO DE CARVALHO PIMENTA - Perfil do Autor:Fabrício Pimenta é tutor da UNOPAR e da FTC e escreve artigos relacionados à educação sobre os mais variados temas: sexualidade e gênero, violência urbana, violência na sala de aula, literatura imagética, literatura e realidade e sobre livros de diversos autores,que vão de Jean Wyllys a José Saramago.


(Artigonal SC #930161)


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Minha Raça Humana

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“Aprendi com meus erros, pois foi a partir deles que comecei a acertar”. Superei meus medos, pois é superando-os que se aprende o que é coragem. Procuro dá sempre o melhor de mim, para que o melhor para mim possa ser dado. Posso dizer que já sofri, já chorei, já perdi, já errei... Mas posso dizer com mais certeza ainda, que em todas estas situações eu aprendi o segredo da vitória. “Sou o reflexo de tudo em que acredito de tudo que posso ser capaz. Alguém que aprendeu que nunca se deve desistir e se por acaso chegar a desistir, nunca é tarde para começar de novo e fazer um novo fim de sua história... Amo sonhar e acreditar que todos os meus sonhos um dia se tornarão realidade. Amo amar e amo ser amado...”.Poucas horas ao lado de uma pessoa que posiciona palavras de maneira firme, poética, harmônica e que sabe usar cada uma delas no momento exato e no timbre ideal, é transcendental. Não se explica, apenas vive-se o momento. A essência de um homem é a única coisa que o move e que o aproxima de outra essência. A combinação entre as duas compõem o perfume ideal... É como fechar os olhos e viajar num vento ouvindo música tocada pelos anjos...

O preconceito é um ato covarde...

O preconceito é um ato covarde...
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