Jornalista Armando Nogueira morre no Rio, aos 83 anos
Seg, 29 Mar, 09h40
Morreu em seu apartamento na Lagoa, na zona sul do Rio de Janeiro, o jornalista Armando Nogueira, aos 83 anos. Ex-diretor de jornalismo da TV Globo de 1966 a 1990, ele lutava contra um câncer no cérebro desde julho 2007. Nos últimos meses, estava aos sob os cuidados de uma enfermaria montada em sua residência. No entanto, o quadro se agravou recentemente.Autor de dez livros, Nogueira nasceu em Xapuri, no Acre, e formou-se em direito no Rio. De acordo com sua biografia oficial, em 1950 começou a carreira de jornalista no Diário Carioca. Foi repórter, redator e colunista. Trabalhou na Revista Manchete, como redator principal na gestão de Otto Lara Resende. Em O Cruzeiro, foi repórter fotográfico de 1957 a 59.
Em 1959, Nogueira entrou para o Jornal do Brasil, onde foi redator e colunista. Lá, de 1961 a 1973, assinou a coluna diária "Na Grande Área". Como repórter, fez a cobertura de todas as Copas do Mundo a partir de 1954. Começou no telejornalismo em 1959, na antiga TV-Rio, canal 13. Ele dirigiu a Central Globo de Jornalismo da TV por 24 anos e foi responsável pela criação dos programas "Jornal Nacional" e "Globo Repórter".
Após a polêmica edição do debate entre os candidatos das eleições presidenciais de 1989, Nogueira passou a dedicar-se integralmente ao jornalismo esportivo.
O jornalista participou da cobertura dos Jogos Olímpicos desde 1980, em Moscou. Ele trabalhou ainda na trabalhou ainda na Rede Bandeirantes e atualmente estava no SportTV, onde apresentava o programa Papo Com Armando Nogueira, e na Rádio CBN, onde participava do CBN Brasil.
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Perda
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Morre, aos 83 anos, o jornalista Armando Nogueira
Publicada em 29/03/2010 às 13h32m
O Globo
RIO - Morreu nesta segunda-feira, aos 83 anos, o jornalista e cronista esportivo Armando Nogueira. Ex-diretor da Central Globo de Jornalismo, Armando morreu por volta das 7h em seu apartamento na Lagoa, na Zona Sul do Rio. Ele sofria de câncer no cérebro desde 2007. O jornalista está sendo velado no Maracanã. O enterro acontece na terça-feira, às 12h, no cemitério São João Batista, em Botafogo.
O prefeito do Rio, Eduardo Paes, e o governador Sérgio Cabral decretaram luto oficial de três dias pela morte do jornalista. De Brasília, onde participam do lançamento do PAC-2, os dois lamentaram a morte do jornalista. Em nota divulgada pela assessoria de imprensa da Prefeitura, Paes e Cabral destacaram que Armando foi "um acreano que, na juventude, veio morar no Rio de Janeiro e se transformou em um dos ícones do jornalismo do país, cujo texto se confunde com os melhores momentos do futebol brasileiro".
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também decretou luto de três dias e determinou que em todos os jogos de quarta-feira pela Copa do Brasil haja um minuto de silêncio em homenagem ao jornalista. No site da CBF, o presidente Ricardo Teixeira lamentou "profundamente a morte do brilhante cronista, um dos mais importantes jornalistas brasileiros, com trajetória profissional marcante nas mais conceituadas empresas de comunicação do país".
Armando Nogueira nasceu em Xapuri, no Acre, em 14 de janeiro de 1927. Com 17 anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito. Mas a paixão pelo futebol, que sempre o acompanhou, logo o levou para o jornalismo. Iniciou sua carreira de repórter no jornal "Diário Carioca", em 1950. Em 1954, cobriu sua primeira Copa do Mundo, na Suíça. Lá, flagrou uma briga entre o técnico da seleção, Zezé Moreira, e o ministro dos Esportes da Hungria. Aquela foi a primeira das 13 Copas que cobriu.
Também em 1954, Armando Nogueira foi testemunha ocular do atentado ao também jornalista e político Carlos Lacerda. No dia seguinte, assinou um artigo em primeira pessoa com seu relato sobre o fato, algo nunca feito antes.
Em 1957, após uma passagem pela revista "Manchete", trabalhou como repórter-fotográfico da revista "O Cruzeiro". Lá, ficou por dois anos, quando se transferiu para o "Jornal do Brasil", onde foi redator e colunista.
Jornalista cobriu seis Olimpíadas
Entre 1966 e 1990, Armando Nogueira ocupou o cargo de diretor de jornalismo da Rede Globo e foi um dos criadores do "Jornal Nacional". Em seus quase 60 anos de carreira, também foi comentarista esportivo do canal a cabo "Sportv", da Rede Bandeirantes e da rádio CBN.
No período em que trabalhou na TV Globo, participou pela primeira vez da cobertura de uma Olimpíada, em Moscou, em 1980. Cobriu ainda outros seis Jogos Olímpicos. Sua única ausência foi em Pequim, em 2008, quando já estava com diagnóstico de câncer.
Em 2008, Armando Nogueira recebeu a medalha de Honra da Ordem ao Mérito de Comunicações das mãos do ministro Hélio Costa, pelos serviços prestados ao jornalismo brasileiro. Em 2009, o Botafogo o homenageou dando o nome do jornalista à sala de imprensa do Centro de Treinamento de General Severiano.
Em entrevista à emissora "GloboNews", o jornalista Silio Boccanera lembrou a importância de Armando Nogueira para a Rede Globo e o jornalismo televisivo no Brasil:
- Ele foi um pioneiro. As pessoas esperavam o "Jornal Nacional" para se informarem sobre o Brasil e o mundo. Vivíamos um período de censura muito intenso. Foi uma fase dura e Armando aguentou isso com energia, paciência e habilidade diplomática.
Em seu blog, o jornalista Juca Kfouri disse que "o Brasil perde um belo jornalista, mas, antes de tudo, um homem de bem, um enorme ser humano".
O ex-craque Zico, maior ídolo da história do Flamengo, também lamentou, em seu site, a morte de Armando Nogueira.
"Achava que em função dele ser botafoguense podia haver algum jeito diferente de tratar o Flamengo. Mas ele sabia separar muito bem isso e no dia da minha despedida fez uma crônica muito bonita (A última noite), emocionante. Armando Nogueira mudou a história do jornalismo. Espero que ele descanse em paz. Vai fazer muita falta."
Torcedor do Botafogo, definiu Garrincha como "o anjo de pernas tortas"
Armando era torcedor apaixonado do Botafogo. Eternizou diversas frases para expressar sua admiração por craques como Didi, Garrincha e Pelé. Sobre Garrincha, o definiu como "o anjo de pernas tortas". Sobre Didi, disse que seus passes eram tão traiçoeiros como "o olhar oblíquo de Capitu". Sobre o Rei do Futebol, disse apenas que "se Pelé não tivesse nascido rei, teria nascido bola".
Em sinal de luto, os jogadores alvinegros entrarão com uma tarja preta nesta segunda-feira, no jogo contra o Boavista, às 19h30m. O clube também decretou luto oficial de três dias.
Ao longo da carreira, Armando Nogueira escreveu dez livros, todos sobre esporte: "Drama e Glória dos Bicampeões", "Na Grande Área", "Bola na Rede", "O Homem e a Bola", "Bola de Cristal", "O Voo das Gazelas", "A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar", "O Canto dos Meus Amores", "A Chama que não se Apaga" e "A Ginga e o Jogo".
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CBF decreta luto oficial de três dias por morte de Armando Nogueira
Plantão Publicada em 29/03/2010 às 12h07m
RIO - A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decretou nesta segunda-feira luto oficial de três dias pela morte do jornalista Armando Nogueira. No site oficial da entidade, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, lamentou "profundamente a morte do brilhante cronista, um dos mais importantes jornalistas brasileiros, com trajetória profissional marcante nas mais conceituadas empresas de comunicação do país".
Além do luto oficial, a CBF informa que será feito um minuto de silêncio em todos os jogos da segunda fase da Copa do Brasil nesta quarta-feira.
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