E aconteceu o beijo lésbico em “Amor e Revolução”

O primeiro beijo lésbico aconteceu em 1963

O tão esperado primeiro beijo gay nas novelas brasileiras não foi pioneiro (foto: Lourival Ribeiro - Divulgação/SBT)

O SBT exibiu na noite de 12/05 o beijo entre as personagens de Giselle Tigre e Luciana Vendramini na novela “Amor e Revolução”.

Na cena, a advogada Dra. Marcela (Luciana Vendramini) revelou para Marina (Giselle Tigre) que está apaixonada pela amiga. Marina disse que a advogada é muito bonita e sensual, mas que a situação é muito inesperada, embora excitante.

“Assim você me provoca”, retrucou Marcela, que beija a jornalista. Mas Marina pediu para a amiga parar, mas Marcela disse que não queria.

Marina falou que não sabia se a amiga teria uma chance com ela e que não gostaria de criar mais ilusões. “Eu admiro muito essa sua coragem, mas eu não me imagino tendo uma relação assim. Talvez seja um pouco de medo, preconceito”.

No blog da novela, Giselle Tigre falou da importância de tratar um tema como este na televisão: ”Se estamos falando em liberdade cabe a cada um de nós refletirmos para aprender a conviver com as diferenças e lutar sempre pelo direito de cada um ser quem é”.

A cena estava programada para ser exibida na quarta-feira, mas ao ser adiada acabou frustando muitos telespectadores. Tiago Santiago, autor na novela, tentou se justicar no Twitter dizendo que o adiamento foi uma estratégia para aumentar a audiência.

“Foi estratégia de programação para bombar nesta quinta! Amores, não tive culpa! Esta decisão não foi minha”, escreveu Santiago.

E a estratégica funcionou, já que o ibope no momento do beijo foi para nove pontos (cada ponto equivale por 58 mil domicílios sintonizados, ou seja 522 mil domicílios aguardando o beijo) frente uma média de cinco pontos.

A cena ousada, que nem a concorrente global teve coragem de exibir, foi elogiada por telespectadores e mesmo críticos, o que está incentivando o autor a repetir a cena. Tiago Santiago já pensa em incluir um outro beijo entre as atrizes nos próximos capítulos.

Bafão: o primeiro beijo lésbico foi em 1963! Justiça seja feita. Ao contrário do que foi mencionado aqui e pelas outras mídias LGBTs, além da própria midia ‘mainstream’, o primeiro beijo lésbico na teledramaturgia brasileira não aconteceu nesta semana na novela “Amor e Revolução”, mas sim na extinta TV Tupi, há 48 anos atrás. E a pioneira deste feito, que também levou a fama do primeiro beijo heterosexual na TV brasileira, foi da atriz Vida Alves. O beijo aconteceu entre Vida Alves e Geórgia Gomide, falecida em janeiro deste ano, no teleteatro “Calúnia”, escrita por Lillian Helmann. Vida e Georgia eram as professoras Karin e Martha, que depois de serem acusadas de serem homossexuais pelas suas alunas, assumiram sua paixão com um beijo lésbico. “Levei um susto quando fiquei sabendo que iria beijá-la.”, disse Vida. “Mesmo porque já era casada na época. Mas como o meu marido era italiano – engenheiro elétrico contratado pela TV Tupi para instalar as câmeras de Assis Chateaubriand – , ele entendia perfeitamente porque no cinema italiano isso já era comum. Foi um beijo delicado e bastante reservado”. Pena que não há registros, pois não havia video-tape na época e nem registros fotográficos.