O Ministro da Educação que não acredita na Educação
Por Marcelo Gerald 
“Não vai resolver” declarou o ministro da Educação  sobre o programa “Escola sem Homofobia”.
A declaração de Aloizio Mercadante contra medidas educativas que visem combater o preconceito nas escolas causou enorme mal estar entre educadores e ativistas de Direitos Humanos.
O Ministro deu aula de demagogia ao dizer que é necessário mais estudo e levantamento sobre esta questão, pois isso já foi feito e com dinheiro público.
No estudo realizado em 11 capitais ficou comprovado que muitas vezes há invisibilidade do estudante homossexual e a homofobia parte dos alunos e até mesmo de educadores.
A homofobia nos ambientes escolares é muitas vezes vista como natural.
O levantamento que resultou no programa “Escola sem homofobia” foi elaborado com apoio técnico e financeiro da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e Ministério de Educação e Cultura (MEC). O resultado final teve parecer favorável da UNESCO e do Conselho Federal de Psicologia, mas nada disto importa agora. Querem transformar o kit anti-homofobia na mera exibição de alguns vídeos, um capricho de ONG gay.
Contrariando o Ministro Mercadante as Diretrizes Curriculares de 2012 determinam a promoção de direitos LGBT no projeto político pedagógico. Ver no Diário Oficial da União .
 Com esta nota, Mercadante parece ter enterrado de vez o combate à homofobia nas escolas e de certa forma a credibilidade da educação no Brasil.
 No governo Dilma aconteceram vários retrocessos: Veto da Campanha contra a AIDS, Veto de campanhas educativas e a cada dia o Estado Laico está sendo estraçalhado.
Desde já é oficial: temos um ministro da Educação que não acredita na Educação.
 Não me lembro de ver um atestado de incompetência dado a si mesmo por alguma figura pública recente. Enquanto isso no Chile  o manual de Educação para a diversidade sexual está em mais de 500 escolas.
 Sigo contando os dias para o ministro dizer que não foi bem isso que quis dizer, ou talvez nem se dê o trabalho, afinal o governo está a cada dia mais próximo de ideias e agenda defendidas pela direita ultraconservadora e teocratas.
 PT, o partido que mais fez pela cidadania LGBT: vetou programas de saúde e de educação.
O que o governo tem a dizer às famílias, como a do garoto de Vitória que se suicidou aos 12 anos  após sofrer bullying dentro da escola?
Caso como estes geralmente rendem mais uma nota da Secretaria de Direitos Humanos e só, neste caso nem isso resultou.