Preso suspeito de ataque a gays em Barretos. Segundo polícia não foi homofobia...

Preso suspeito de ataque a gays em Barretos. Segundo polícia não foi homofobia

Danilo Rodrigo Okazuka, assassinado com dois tiros (foto: arquivo pessoal)

Um dos suspeitos do assassinato do operador Danilo Rodrigo Okazuka, de 28 anos, acontecido na manhã da terça-feira, 19/07, foi preso no final da tarde da quarta-feira. Bruno Araújo Silva, de 19 anos, confessou a participação no crime. Um menor, de 17 anos, continua foragido. No crime, Danilo foi atingido por dois disparos, uma na cabeça e outro no ombro. Seu amigo, o cabeleireiro Donisete José de Souza, de 28 anos, ficou gravemente ferido por dois tiros e quatros facadas no tórax.

Bruno foi preso temporariamente por 30 dias. Ele está detido em uma cela da Cadeia Pública de Barretos. As armas utilizadas no crime – um revólver e uma faca – ainda não foram localizadas, assim como a chave do carro Peugeot do cabeleireiro Donisete.

Segundo a polícia, Bruno comentou que ele e o menor tinham reservado aquela noite para cometer roubos. No seu depoimento, Bruno disse que estava em uma lanchonete com o menor, quando foi convidado pelas vítimas para um passeio. A dupla entrou no carro e, chegando no Distrito Industrial II, teriam iniciado uma discussão com Danilo sobre a forma de pagamento do encontro sexual. O menor teria atirado nos dois, enquanto que Donisete teria sido esfaqueado por Bruno. Danilo chegou a sair do carro e andou por 100 metros antes de morrer.

O Peugeot onde ocorreu o crime (foto: captura de vídeo)

Ao ser socorrido, Donisete denunciou o nome dos dois suspeitos antes de entrar em coma. Segundo informações no boletim de ocorrência, a vítima contou que os suspeitos começaram uma discussão com Danilo. A partir dai, Donisete só lembra ter ouvido um barulho, provavelmente de um disparo de arma de fogo. A vítima encontra-se internado na Santa Casa de Barretos em estado grave.

De acordo com o delegado Marcos Eduardo Marques Junior, do 3° Distrito Policial de Barretos, o caso continua sendo investigado, já que algumas informações no depoimento do suspeito preso, não condizem com perícia. “Bruno foi indiciado por homicídio qualificado, mas as investigações apontam para o crime de latrocínio”, explicou o delegado, que ainda não consegue afirmar se eles roubaram o celular e dinheiro das vítimas, que caracterizaria o latrocínio (roubo seguido de morte).

Para a polícia o caso não é de homofobia pois teria ocorrido uma discussão e a meta dos autores do crime era roubar o Peugeot, coisa que a família de Danilo não concorda. Durante o enterro, emocionado e bastante inconformado, o padrasto do Danilo, Vismar Pena, lamentou o crime. “Ele nunca deu trabalho ou trouxe preocupação à família. O Danilo sempre foi uma pessoa muito boa e não conseguimos aceitar que isso tenha acontecido com ele”, disse. Já para mãe, Cristina Kemiake, o filho não tinha inimizades e acredita que a causa do crime pode ter sido preconceito. “Eu sempre falava para meu filho tomar cuidado com quem ele andava, porque de repente poderia pegar um homofóbico que o mataria”, afirmou.