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Livro: O testemunho surpreendente do último “Triângulo rosa” sobrevivente
Rudolph Brazda, o provável último sobrevivente deportado por homossexualidade nos campos nazistas, oferece a luz de seus 97 anos um testemunho único e surpreendente.Em janeiro de 2009, Rudolf Brazda deu à TÊTU sua primeira entrevista em uma mídia francesa.
O provável último «Triângulo rosa» sobrevivente dos campos nazistas, Rudolf Brazda, libera à luz de seus 97 anos um testemunho único e surpreendente sobre a história dos deportados por homossexualidade.
Matrícula 7952 no campo de concentração de Buchenwald a partir de 1942, Rudolf Brazda nasceu em 1913 perto de Leipzig de pais tchecos emigrados na Alemanha. Ele será condenado duas vezes pelo regime nazista em razão de sua homossexualidade, depois deportado. Ele passou 32 meses em Buchenwald, até sua liberação em abril de 1945 e reside após no leste da França.
O antigo deportado tenha dado à TÊTU sua primeira grande entrevista, no número de janeiro de 2009, justo após que ele foi «reencontrado» por ocasião do memorial da deportação homossexual inaugurado em Berlim (ler nosso artigo).
«A dúvida do historiador»
Para essa obra, Rudolf Brazda. Itinéraire d’un Triangle rose, o autor, Jean-Luc Schwab, se entreteve durante diversas centenas de horas com o antigo deportado e recortou sua récita com os documentos da época, de outros testemunhos e de pesquisas nos arquivos alemãs, tchecos e franceses.
«Esse trabalho de reconstituição foi apaixonante mas eu bem tive consciência que ele não pode se pretender exaustivo (…). Eu privilegiei a dúvida do historiador nas afirmações que não poderiam ser verificadas», explica o autor.
O testemunho de Rudolf Brazda constitui uma faceta de uma verdade histórica bem pouco documentada, a deportação por homossexualidade, mas conta também a vida de um homem com a capacidade de maravilhar sempre intacta apesar das provas e sua grande idade.
Constrangido em Buchenwald a portar o «Triângulo rosa», Rudolf foi submetido ao trabalho forçado,
a sevícias. Ele sobrevive graças à “sorte” que segundo ele jamais o deixou.
Um «após» mais feliz
Após a liberação do campo, ele se instala na Alsácia com um companheiro que divide sua vida durante mais de 50 anos. Ele conta também esse «após» muito mais feliz.
Sob o nazismo, mais de 50.000 homossexuais foram condenados em virtude de um artigo do código penal revogado somente em 1969. Segundo as estimativas, entre 5.000 e 15.000 homossexuais foram deportados em campos de concentração, onde a grande maioria d’entre eles são mortos.
Os deportados homossexuais foram frequentemente submetidos à experimentações médicas horríveis: injeções hormonais, por vezes lobotomias ou castrações.
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