Quantas e quantas vezes já
não ouvimos a seguinte frase: “
eu não sou racista. Até tenho
uns amigos de cor, preto, negro,
africano, escurinho, mulato,
mulatinho, cor de chocolate.
Enfim, existe uma infinidade de
termos para designar a pessoa
cuja cor da pele é manifestamente
escura. Esses termos são
utilizados em função do contexto
e da intenção subjacente.
Esta introdução vem a propósito
da comemoração do Dia Internacional
de Luta pela Eliminação
da Discriminação Racial,
assinalado no passado dia 21 de
Março. É certo que foram dados
passos significativos para eliminação
da discriminação racial,
mas estamos muito longe da sua
eliminação, sendo que ela assume,
hoje, novos contornos e
conteúdos. A discriminação é
hoje mais subtil e alguns estudos
feitos no contexto europeu e
nacional convergem nesse sentido.
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O racismo nosso de cada dia
Por Christian Gurtner - 24.10.2007
O racismo de antes não existe. Que isso fique bem
claro antes de começar esse artigo. O que chamamos de racismo hoje é um
fantasma do passado, ainda – ressalto – herdado da época em que se chamavam
negros de inferiores – e que ganha mais força em grupos com complexo de
inferioridade que radicalizam uma vingança, ou até um acerto de contas, pelos
ataques que eles jamais sofreram – salve os grupos e instituições de
preservação cultural.
“Ah” – dizem hoje –
“Precisamos pagar os negros pelo que fizemos a eles no passado”. Os negros que
sofreram no passado com a escravidão não estão mais vivos, e pagar seus
decendentes é uma forma de reviver o racismo.
Criou-se, então, uma
certa sensibilidade hipócrita quanto à cor da pele. Um negro chamar um branco
pejorativamente de “leite azedo” não tem problema. Um branco chamar um negro de
“preto” é crime inafiançável. Isso nos leva à racista conclusão de que ser
branco, ser “leite azedo” é bom, e ser “preto” é ruim. Porque, então, existe
essa lei?
Muitas universidades
foram obrigadas a criar cotas para negros. Dessa forma, um branco com nota 80 é
reprovado no vestibular, enquanto um negro com nota 50 passa. E novamente somos
levados a crer que o negro é pior, é mais burro, e, por isso, precisa dessas
regalias. Então porque fizeram esse sistema de cotas?
A resposta para as duas
perguntas acima é: “Para reviver o racismo”. Criando leis diferentes para
diferentes grupos, você os separa, cria um muro entre eles, os definindo como
“diferentes”. O racismo que existe hoje vem da tentativa do governo de mostrar
que negros e brancos são raças diferentes.
Todos se tornam iguais
quando são tratados como iguais.
Mas num país cheio de
leis diferentes para diferentes grupos, desde étnicos até sociais, é querer
demais que essas pseudo-diferenças sejam extintas.
Mas, o que mais me
admira, é que são formados “grupos de negros” e esses tratam-se como
diferentes, apóiam o sistema de cotas e, são tão radicais, que podem chegar ao
ponto de dizer racismo o simples fato de um branco brigar com um negro na rua
por causa de mulher.
Algumas pessoas parecem
querer que o racismo continue, tanto negros quanto brancos, para assim
continuarem a lutar para mostrar qual “raça” é melhor. E isso se aplica também
a ricos X pobres, esquerdistas X direitistas, e por aí vai… O racismo que
existe hoje, não vem do antigo conceito “científico” de raça pior ou melhor, e
sim do que nos é ensinado, do que nos é mostrado!
As pessoas parecem
gostar de criar essas falsas diferenças.
Isso me faz pensar que
a mentalidade humana anda recuando um pouco. A brasileira então, nem se fala,
parou no tempo de Xica da Silva. Há falta de perspectiva, de um objetivo maior,
de um sentido para a vida.
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