Você já ouviu falar em lobotomia? É um procedimento cirúrgico primário que consiste, basicamente, em cortar (literalmente, e às vezes de forma rudimentar) as vias que ligam o lobo cerebral ao tálamo. Inventada em 1936 pelo psiquiatra português António Egas Moniz (foto), essa técnica era usada para acalmar pessoas com surto psicótico.
Em 1949, a “cirurgia” rendeu a Moniz o Prêmio Nobel de Medicina. Mas se revelaria um erro. Inicialmente concebido para ser usado apenas em casos extremos, onde o doente mental ameaçasse violência ou suicídio, a lobotomia foi banalizada por Moniz e por um médico americano chamado Walter Freedman usada inclusive em homossexuais. Na Suécia, 3 mil gays foram lobotomizados. Na Dinamarca, 3500 – a última cirurgia foi em 1981. Nos Estados Unidos, cidadãos portadores de “disfunções sexuais” lobotomizados chegaram às dezenas de milhares. O tratamento médico era empregado porque a homos
A lobotomia jamais foi um método que realmente curou alguma coisa. Cortar ligações importantes do cérebro era apenas um paliativo, mas os surtos psicóticos retornavam no paciente pouco tempo depois, às vezes com violência. Em muitos casos, o paciente acaba ficando em estado vegetativo. O próprio Egas Moniz acabaria em uma cadeira de rodas, ao levar um tiro de um paciente que ele mesmo havia operado através de lobotomia. Apesar disso, levou o Prêmio de 1949. O Prêmio nunca foi retirado de António Egas Moniz.
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